Notícias

NOTÍCIAS

Gestores repensam modelo dos serviços públicos com investimentos em tecnologia

A baixa agregação de tecnologia acaba se refletindo na precariedade dos serviços em grande parte dos municípios brasileiros. Soluções e iniciativas que possam contribuir para a diminuição dessa defasagem estão sendo abordadas durante o 3º. Congresso Paranaense de Cidades Digitais, desde esta quinta-feira (19), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. 

O evento, que reúne prefeitos, gestores, especialistas e professores para tratar do uso da tecnologia nos municípios, termina nesta sexta-feira (20). A crise financeira municipal é outro fator que está motivando as Prefeituras a buscarem inovações. De acordo com o Secretário de Informação e Tecnologia de Curitiba, Paulo Miranda, as cidades precisam pensar em uma nova forma de prestação serviço, de forma que a tecnologia seja estratégica para a resolução da falta de recursos gradativamente. 

 “Não é um processo simples de fazer. O gestor precisa não só de criatividade, mas de ajuda. São poucos os gestores que percebem que a tecnologia é estratégica na atuação dos municípios”, afirmou. Os presidentes das Associações de Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e do Médio Paranapanema (Amepar),Carlos Eugênio Stabach e Luiz Nicácio, também ressaltaram a necessidade de debater o tema e, principalmente, melhorias na conectividade, tendo em vista a dificuldade enfrentada na maioria dos municípios mais afastados dos grandes centros como é o caso de Contenda e Centenário do Sul, administrados por eles. 

 Em termos de políticas públicas federais, o secretário de Inclusão Digital, do Ministério das Comunicações, Jefferson D’Avila de Oliveira, destacou que as emendas parlamentares podem ser utilizadas para a implantação de projetos na área e um esforço político vem acontecendo para isso. “Aonde tivermos uma comunidade conectada teremos melhores índices. Um anel óptico proporciona mais desenvolvimento do que uma estrada ou uma ponte. A conectividade é imprescindível nessa relação socioeconômica e na área da educação”, disse o secretário, que apresentou aos gestores as ações em andamento. 

 Em se tratando de economia global digital, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) encontram-se no centro dos negócios. Segundo o prof. Doutor da USP, SérgioTakeo Kofuji, fazer uma transição de uma cidade clássica para uma localidade moderna como as smart cities requer visão e, inicialmente, mudanças pequenas, mas que tenham um alcance alto e que envolva a população.  

 No Sul do país, diversos munícipios destacam-se no desenvolvimento socioeconômico por meio de investimentos nas TICs. Blumenau (SC), uns dos modelos apresentados no Congresso, possui uma diretoria própria para criar soluções. O diretor do departamento de Sistemas e Inovação, Júlio Cesar de Souza da Silva, conta que a disponibilização e transparência das filas de cirurgias e CEIs na internet, por exemplo, o município acabou com as reclamações e processos na justiça. Por meio do Blumenau Conecta, 125 mil usuários acessam gratuitamente a internet. Outro projeto desenvolvido pelos profissionais, o aplicativo AlertaBlu, 40 mil usuários acompanham as cheias dos rios e problemas enfrentados pelos moradores com as chuvas. 

 Para o diretor presidente da Celepar, Jacson Carvalho Leite, quando se fala em cidades digitais é preciso propiciar informações aos cidadãos. “Conectividade é vital, mas nós temos que levar conteúdos ao cidadão, sendo informada a sociedade vai discutir melhor as políticas públicas e a relação de governo. À medida que as tecnologias evoluem chegam mais próximas do cidadão”, avaliou ele. 

 “Todo projeto de governo que a Celepar entra no processo, por exemplo, é voltado para uso amplo da tecnologia da informação. Hoje todos os serviços do governo estão disponíveis através de celulares, já estamos praticando o que chamamos de internet das coisas e levar tudo isso em direção da população. No momento em que a Rede Cidade Digital promove um congresso desse porte, integrando prefeituras, ela dá condições e cria canais para que as interações, as necessidades da população, venham ao conhecimento do gestor e ele possa traçar boas políticas públicas”, enaltece. 

 Educação - O Uso da Tecnologia no Processo Pedagógico nas Escolas Públicas é o tema central do 3º. Congresso Paranaense de Cidades Digitais. Nesta quinta-feira, algumas iniciativas na área foram apresentadas, entre elas os exemplos catarinenses de Palhoça e Araranguá, além de Campo Bom (RS). Segundo a presidente do Instituto de Tecnologia de Dignidade Humana, Cineiva Tono, é preciso trazer pedagogos e professores para discutir as cidades digitais.

 Gestão e formação da tecnologia no contexto da Educação são pontos essenciais para a implantação de políticas no setor, na opinião dela. “É necessário avaliar eficácia e a eficiência dos processos de inclusão digital. Precisamos pensar na pessoa que utiliza a máquina, em uma interação com foco no humano. Para isso é essencial trabalhar em três aspectos: orientação, educação e avaliação”, observou.  

 O prefeito de Pinhais, Luiz Goularte Alves, também acredita que o desafio é tornar o ensino mais atraente. “E não tem como fazer isso com essa defasagem educacional. Com todo acesso que os alunos têm, é preciso colocar a tecnologia à disposição dos professores. Acho o tema muito propício e desafiador”, observou.

 Esta é a primeira vez que, por meio do Congresso Paranaense de Cidades Digitais,que prefeitos, gestores públicos, diretores de escolas, professores e especialistas repensam os conceitos atuais da Educação e inovações no setor por meio da tecnologia. “A partir dos modelos apresentados e a troca de experiência, de conhecimentos, desdobramentos surgirão nas localidades. E este é o objetivo do Congresso, de estimular o surgimento das cidades inteligentes, com serviços públicos eficientes e que proporcionem melhor qualidade de vida”, ressaltou o diretor da Rede Cidade Digital, José Marinho. 

 O 3º. Congresso Paranaense de Cidades Digitais conta com o apoio do Ministério das Comunicações, Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Prefeitura de Pinhais, Undime PR, Abranet, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), associações regionais de municípios, entre outras entidades. O evento tem o patrocínio ouro da Copel Telecom e Itaipu Binacional; patrocínio prata do BRDE, Mstech e Celepar; patrocínio Bronze da Exati Tecnologia e IDS.

 

DISPONÍVEL EM: http://www.portalimap.org.br/noticia/gestores_repensam_modelo_dos_servi%C3%A7os_p%C3%BAblicos_com_investimentos_em_tecnologia